Conto incluído em Contos folclóricos africanos vol 1.
Leia um trecho: Há muitos, muitos anos, o Sol e a Água eram grandes amigos e viviam juntos na Terra. O Sol sempre visitava a Água, que nunca retribuía suas visitas. Um dia o Sol enfim perguntou à sua amiga por que nunca ia à sua casa. A Água respondeu que a casa do Sol era muito pequena e que ela e seu povo não caberiam ali. E disse ainda:
— Se deseja minha visita, construa uma grande aldeia. Terá que ser realmente imensa. Meu povo é numeroso e ocupamos muito espaço.
O Sol se comprometeu a construir um grande complexo, e em seguida voltou para sua casa. Sua esposa Lua o recebeu com um grande sorriso assim que ele entrou pela porta. O Sol contou sobre sua promessa para a Água, e no dia seguinte começou a construção da aldeia para receber a visita de sua amiga.
Assim que a aldeia ficou pronta, o Sol convidou a Água para que se hospedasse lá.
Antes de entrar, a Água perguntou se o local era de fato seguro para ela e seus familiares.
— Claro. Entre, minha amiga — respondeu o Sol.
A Água então começou a correr para dentro da aldeia, acompanhada pelos peixes e outros animais aquáticos.
Logo tudo ficou coberto por um metro de Água, então ela perguntou:
— Posso chamar o resto da minha família?
Elphinstone Dayrell (1869-1917), George W. Bateman (1850-1940) e Robert Hamill Nassau (1835-1921), os três autores selecionados para este volume, fazem parte de um movimento em comum. São três esforços individuais para a preservação de culturas locais ameaçadas pela colonização europeia. Ironicamente, as pessoas que se dispuseram a essa preservação eram oriundas das mesmas instituições que suprimiam tais culturas — um governador britânico, um explorador a serviço da coroa inglesa e um missionário dos EUA. No entanto, há também um dualismo moral nesses esforços. Não fosse pela coleta e publicação dessas histórias, elas poderiam se perder no tempo, pois as tribos africanas as perpetuavam apenas pela tradição oral.
Tradutor, revisor, publicitário e editor no Instituto Mojo de Comunicação Intercultural. Formado em publicidade e propaganda pela Universidade Metodista e com pós-graduação de Tradução pela Estácio de Sá, Gabriel Naldi possui ampla experiência em planejamento estratégico para ações digitais, em agências de propaganda, empresas e portais. Foi revisor de textos para emissoras e empresas como Petrobras, Band, TV Tribuna, TCE Pará e TCU. Desde 2013, atua como tradutor e revisor de texto, localização de websites, redação publicitária, marketing e tradução literária.