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Pássaros sem ninho

Clorinda Matto de Turner (1853-1909)

Pássaros sem ninho

Título Original: Aves sin nido (1889)

Com Pássaros sem ninho, Clorinda Matto de Turner elevou a figura do índio a protagonista na literatura da América Latina. Também foi ela quem reivindicou o reconhecimento do quéchua como uma língua portadora de cultura. Defensora radical da tradição andina, a escritora sempre trabalhou para as principais publicações culturais do Peru. Acreditava que o quéchua deveria ter um papel constitutivo na vida da nação peruana e que os povos andinos tivessem uma posição central em um projeto político-nacional. A obra é uma denúncia social. Nela, Clorinda Matto de Turner narra como as mulheres peruanas indígenas lutavam contra as inúmeras injustiças praticadas então pelo poder público e por membros da Igreja. A história evidencia como os camponeses da região de Cusco sofriam e eram explorados. O imaginário povoado de Killac é o cenário para evidenciar, segundo a própria autora, a vida dos indígenas, nossos “irmãos que sofrem explorados na noite da ignorância” praticada e perpetuada pelos poderosos. Para ela, os povos e as tradições indígenas deviam ser reverenciados e defendidos a todo custo. Clorinda Matto de Turner nasceu em Cusco, a antiga capital do Império Inca. Desde o início, sua carreira como jornalista e escritora foi voltada para a defesa e a luta pelos direitos dos povos andinos. Pássaros sem ninho, sua maior obra, abriu o caminho para que vozes femininas, fortes e poderosas, se estabelecessem definitivamente na literatura peruana. Clorinda Matto foi um dos maiores expoentes de uma geração de mulheres intelectuais que, antes de tudo, eram comprometidas com uma prática constante de defesa de ideias e valores voltados também ao combate à desigualdade e a injustiça social. Quando tornou-se editora da revista El Perú Ilustrado, Clorinda publicou inúmeros autores importantes, entre eles, Rubén Darío (1867-1916) e Manuel González Prada (1844-1918). Foi sob sua direção que a revista publicou um conto baseado na vida de Cristo, do escritor brasileiro Coelho Neto (1864-1934). Essa publicação levou o arcebispo de Lima a excomungá-la. Depois, o mesmo arcebispo acabaria colocando Pássaros sem ninho na lista de obras proibidas pela Igreja Católica.

Clorinda Matto de Turner (1853-1909)

Clorinda Matto de Turner nasceu em Cusco, escreveu Pássaros sem ninho em 1889, um dos mais importantes romances latino-americanos indigenistas. Ela é um dos exemplos de mulheres liberais do século 19. Formou-se na Escola Secundária Feminina Nacional do Peru, chamando a atenção pela procura de matérias extracurriculares consideradas não femininas como Biologia e Física.

Nina Rizzi

Escritora, tradutora, pesquisadora, editora e professora; promove laboratórios de escrita criativa com mulheres. É autora de Tambores pra n’zinga (Orpheu/Ed. Multifoco, 2012), A duração do deserto (Ed. Patuá, 2014), Geografia dos ossos (Douda Correria, Portugal), Quando vieres ver um banzo cor de fogo (Ed. Patuá, 2017) e Sereia no copo d’água (Edições Jabuticaba, 2019). Apresentou no Mestrado em Literatura Comparada a dissertação “Poesia-Tradução à beira do abismo: Tradução integral da obra poética de Alejandra Pizarnik” (UFC, 2018). Traduziu Susana Thénon, Enrique Serna, Óscar Hahn, Vicente Huidobro, Richard Blanco, Dorothea Tanning, Gloria Gervitz, Rosário Castellaños entre outros.

Esta é uma publicação do Instituto Mojo de acesso livre e gratuito.

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