Conto incluído em Contos folclóricos africanos vol 1.
Leia um trecho: Antigamente, a humanidade e todas as tribos de animais viviam juntos em uma única nação. Construíam suas aldeias e moravam todos no mesmo lugar. No país do Rei Maseni, o Cágado e o Leopardo ocupavam a mesma cidade; cada um em uma extremidade da rua.
O Leopardo tinha duas esposas e o Cágado também.
Aquela região do país sofria com escassez de comida, e a fome castigava todas as tribos. O Rei Maseni estabeleceu uma lei dizendo que qualquer pessoa que encontrasse caça ou comida deveria levar até ele — para que assim fosse dividida igualmente. Também colocou soldados para vigiar todo o país.
A fome só aumentava. As pessoas, sem esperança, não sabiam o que fazer, e muitos morriam de fome. Assim como hoje, esse é um mal que aflige os povos pobres, não somente da África, mas também nas terras do Manga-Manĕne (Terra do Homem Branco). Os dias se passavam sem que ninguém encontrasse uma solução.
Certo dia, o Cágado saiu cedo de sua casa e adentrou a selva, procurando por um tipo especial de alimento: cogumelos.
— Vou seguir pela praia na direção sul — avisou à sua esposa.
Caminhou até encontrar um grande rio, com quilômetros de largura. Havia um coqueiro em uma das margens e, quando o Cágado se aproximou para examinar sua copa, viu que estava repleto de cocos.
Elphinstone Dayrell (1869-1917), George W. Bateman (1850-1940) e Robert Hamill Nassau (1835-1921), os três autores selecionados para este volume, fazem parte de um movimento em comum. São três esforços individuais para a preservação de culturas locais ameaçadas pela colonização europeia. Ironicamente, as pessoas que se dispuseram a essa preservação eram oriundas das mesmas instituições que suprimiam tais culturas — um governador britânico, um explorador a serviço da coroa inglesa e um missionário dos EUA. No entanto, há também um dualismo moral nesses esforços. Não fosse pela coleta e publicação dessas histórias, elas poderiam se perder no tempo, pois as tribos africanas as perpetuavam apenas pela tradição oral.
Tradutor, revisor, publicitário e editor no Instituto Mojo de Comunicação Intercultural. Formado em publicidade e propaganda pela Universidade Metodista e com pós-graduação de Tradução pela Estácio de Sá, Gabriel Naldi possui ampla experiência em planejamento estratégico para ações digitais, em agências de propaganda, empresas e portais. Foi revisor de textos para emissoras e empresas como Petrobras, Band, TV Tribuna, TCE Pará e TCU. Desde 2013, atua como tradutor e revisor de texto, localização de websites, redação publicitária, marketing e tradução literária.